Despertar a curiosidade científica e desenvolver habilidades hipotéticas e exploratórias. A partir desse escopo, a professora Viviane Gardin, do RB+, elaborou um planejamento diferenciado e divertido para seus alunos no eixo de Ciências do período integral do Rio Branco durante o ano de 2015. Ele será apresentado no VIII Congresso ICLOC de Práticas na Sala de Aula, em maio, em parceria com o professor substituto de Física, Bruno Agrofoglio Ferreira.
“O objetivo dessas atividades era proporcionar aos alunos, no contra período, um plano de currículo diferenciado na área de Ciências, no qual fosse desenvolvida a capacidade de construir o conhecimento de forma lúdica e prazerosa, relacionando-o com cotidiano das crianças através de experiências práticas”, comenta Viviane. A partir do planejamento anual formulado pela professora do RB+, a equipe dos laboratórios de Ciências/Biologia e Física/Química elaboraram práticas e propostas de situações-problema para que os alunos pudessem desenvolver a parte experimental em um ambiente adequado e também seguro. Durante o último ano, foram realizadas reuniões mensais para planejamento e acompanhamento do trabalho realizado.
Os conteúdos foram desenvolvidos de forma a aproveitar o interesse natural das crianças diante de assuntos relacionados a diversos fenômenos, como a luz, movimento e gravidade, energia e eletricidade, magnetismo, máquinas simples, ar, água, som e os sentidos. “Primeiramente, eu mostrava as experiências em fotos para a turma e fornecia as instruções para realizar os experimentos, tudo relacionado ao desenvolvimento das habilidades que eles precisam aprimorar de acordo com a faixa etária: observação, levantamento de hipóteses, aprender a criar, habilidades manuais, raciocínio, testar”, continua a professora.
As atividades também contaram com o auxílio da professora Elieth Arantes de Ciências, Wellington Rodrigues de Química, e Bruno, responsável pelo conteúdo de Física. “Trabalhamos muito a multidisciplinaridade no laboratório, porém dividimos as experiências com cada professor de acordo com o enfoque de cada experimento, delimitando as tarefas de cada um dentro do grupo”, explica o docente.
Uma das experiências que mais chamou a atenção dos alunos foi a da sacola com pedras mergulhada na água, que abrange o conceito de Empuxo, uma teoria que é formalizada matematicamente em Física somente no Ensino Médio. “Trabalhamos as experiências porém sem entrar propriamente no conteúdo, mas sim na vivência de diferentes experimentos. Assim, eles já conseguem crias hipóteses, chegar a conclusões e se familiarizar com um conteúdo que será aprendido futuramente nos próximos anos escolares”, conta Viviane. Ao final de cada atividade, os alunos elaboravam um registro livre sobre as experiências e conhecimentos absorvidos nas atividades, às vezes em formato de desenhos, outras com textos.
De acordo com Bruno, a evolução dos estudantes foi notável. “Sentimos que houve um progresso da primeira à última experiência. No início, eles ainda não tinham tanta maturidade científica, as conclusões eram vagas, o agrupamento de ideias não era tão apurado. Já nas últimas experiências, eles já formavam um pré-conceito científico, as ideias eram melhor agrupadas, aprenderam que por tentativa e erro eles poderiam explorar outras possibilidades e obter outras conclusões dos experimentos. Isso facilita muito o aprendizado posterior, proporcionando uma abordagem mais crítica, com visão intervencionista entre teoria e prática”, conceitua.
E é justamente isso que os professores querem levar ao ICLOC, e mostram-se empolgados pela oportunidade única que o congresso oferece aos participantes. “Essa troca de experiência faz com que nossa prática diária fique melhor, dá ideias novas, melhora a qualidade do nosso trabalho, e o feedback é muito gratificante quando se mostra uma prática na visão de palestrante. No ano passado, assisti a uma palestra sobre educação financeira que consegui aplicar aqui no Integral. O congresso é muito útil para captar informações e compartilhar aprendizados”, afirma Viviane.