A nova temporada do Torneio de Robótica First Lego League mal teve suas datas anunciadas, e a equipe dos Autobots já está a todo vapor trabalhando para a próxima missão da competição. O time, que hoje é formado pelos alunos Eduardo Galleti, Lucas Yoshimura, Luis Fernando Pasquali, Matheus Araújo, Matheus Randi Bueno, Matheus Yoshimura, Théo Warwar Pereira e Thiago Immer, já vem treinando desde julho de 2016 para a etapa regional da competição, que acontecerá nos dias 17 e 18 de fevereiro em Curitiba, no Colégio SESI CIC.
Com o tema Animal Allies (aliados dos animais), os participantes deverão identificar problemas de cooperação entre seres humanos e animais e desenvolver soluções inovadoras. “Nossa equipe decidiu focar na questão do atropelamento de animais nas estradas. O Brasil possui um território extenso, com uma malha rodoviária ampla, e muitos desses animais que são atropelados estão ameaçados de extinção”, justifica Raul de Oliveira Santos, técnico de robótica dos Autobots.
Para embasar a pesquisa teórica dos alunos, eles entraram em contato com a concessionária CCR Autoban, que administra as estradas da região de Campinas, visitaram o Zooparque Itatiba, buscaram dados com a polícia Federal Rodoviária, e aquela que foi a ajuda mais valiosa de acordo com a opinião dos meninos: um bate-papo com o biólogo e apresentador do quadro “Domingão Aventura” João Paulo Krajewski. “O João tem uma experiência rica no tema de atropelamento de animais, pois em suas viagens pelo mundo ele conheceu vários projetos que abordam essa situação. Primeiramente, fizemos uma videoconferência com ele na biblioteca, e no dia 16/12 nos encontramos pessoalmente em um café aqui em Campinas”, conta o aluno Matheus Randi Bueno.
Após o contato com João Paulo, surgiu a ideia do protótipo da equipe. “A solução que encontramos foi emitir uma frequência sonora que somente os animais escutam e os incomoda, assim eles se afastarão do local de onde estas ondas vêm”, explica Raul. O modelo desenvolvido pelos alunos conta com informações de bancos de dados das concessionárias de rodovias, que registram as regiões em que acontecem maior número de atropelamentos. “Nossa intenção é atuar nesses locais nos horários em que há maior risco de acidentes com animais, como final da tarde e noite”, diz Raul.
A implementação do projeto aconteceria em duas etapas: a primeira é a implantação de sensores que identificam a passagem de carros, mandando uma informação que prevê a velocidade e chegada do carro mais adiante na pista. Em seguida, identificada essa passagem do veículo, o som já é emitido com o cálculo do tempo adequado para que o animal reaja à esse estímulo e fuja do local. “De acordo com nossas pesquisas, levantamos que os animais mais atropelados nas estradas do Brasil são pequenos anfíbios e répteis, animais de médio porte como o tatu, e outros de grande porte, como capivara, tamanduá, onça-pintada e lobo-guará. Além disso, o João nos ajudou dando exemplos de locais que poderiam ser utilizados para a inserção do nosso projeto, como estradas dentro de parques de preservação”, relata o estudante Matheus Araújo.
O protótipo ainda não está finalizado, mas já está bem adiantado, conforme relatam os Autobots. A equipe ainda se encontrará diariamente a partir do final de janeiro até a data do torneio para aperfeiçoar cada etapa das apresentações e ajustar pequenos detalhes do robô. A experiência de dois anos de participação na competição trouxe frutos promissores para os alunos, que aprenderam sobre a importância da organização e de um planejamento para o sucesso de qualquer tarefa. “Nós evoluímos bastante como equipe nesses dois anos de competição, nosso trabalho está mais refinado, mais profissional até, e isso nos deixa espantados, mas ao mesmo tempo mais motivados”, revela Matheus Randi Bueno.
Os Autobots contam com o patrocínio da Cantina Ravana, You Travel Turismo e Apollo Premium Cars, mas ainda estão em busca de mais apoiadores para auxiliarem nos custos de uniformes, viagens e hospedagem para a etapa regional da FLL 2016/2017.