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Bullying e conflitos são tema do Diálogos RB

Conflitos são situações frequentemente encontradas dentro do ambiente escolar, e podem ser considerados grandes oportunidades de aprendizagem para as crianças. Mas quando o limite entre o saudável e a violência é ultrapassado, precisamos ficar atentos para identificar a situação e intervir de maneira adequada. Foi com essa perspectiva que o Colégio Rio Branco Campinas promoveu a primeira palestra do Diálogos RB, voltada para o tema “Conflitos e bullying: favorecendo a construção de valores”, ministrada pela doutora em Educação, Lívia Maria Ferreira da Silva. O encontro aconteceu no dia 14 de setembro, às 19h30, no auditório do colégio, e contou com a presença de 120 espectadores, em sua maioria pais e profissionais da área da Educação.

Lívia conversou durante aproximadamente duas horas sobre a diferença entre bullying e conflito, como identificá-los, abordar seus autores, vítimas e espectadores, além do papel da família e da escola perante essas situações. “Há um mal entendimento sobre o que é o bullying, que é um tipo de violência, com outros conflitos interpessoais que acontecem na escola e são necessários para o desenvolvimento das crianças. É importante trazer esse tema para discussão para saber diferenciar essas duas abordagens, entender as características do bullying e saber como prevenir e atuar quando esse bullying já for identificado. Bullying é um problema moral, seu autor não respeita o outro e se sente bem ao agredir alguém”, aponta a pesquisadora.

Um conflito muito comum entre crianças e adolescentes, como exemplificou a palestrante, é a provocação por apelidos e alcunhas maldosas. “Se isso acontece esporadicamente, é considerado um conflito comum que merece intervenção: explicar para as crianças como lidar com insinuações com bom humor e como reagir para que a provocação não aumente. Porém, se ela acontecer com frequência de aproximadamente duas a três vezes na semana, por um período de até três meses, ela pode sim ser categorizada como bullying, e aí o tratamento é diferenciado”, informa.

Ainda de acordo com Lívia, a vítima usualmente possui uma autoimagem muito fragilizada, não consegue pedir ajuda e nem ser assertiva para pôr um fim na situação. A solução, nesse caso, é trabalhar para fortalecer sua imagem, mudar seu conceito sobre si mesma e seu posicionamento com relação ao outro. Já com o provocador do bullying a intervenção é mais profunda. “Com frequência, a escola acaba sendo exigida a tomar medidas punitivas com esse autor; às vezes ela é necessária, mas sozinha vai atuar somente na causa externa do problema. O autor precisa refletir e ser sensibilizado, construir novos valores, como o sentimento de empatia e de valor com o outro, e a medida isolada de punição não é suficiente”, afirma a pesquisadora.

Com relação à família, ela aponta que os pais devem estar atentos no que concerne à formação de valores, incentivar atitudes honestas, cooperativas, justas e generosas, por exemplo. Já para as escolas, Lívia comentou sobre o Método Picas, de origem europeia, que traz uma proposta de protocolo de intervenção semanal que aborda o autor do bullying, a vítima e, posteriormente, os espectadores. “As pesquisas têm mostrado que os espectadores desaprovam as atitudes dos autores de bullying, mas não fazem nada por medo de serem as próximas vítimas. A intervenção com esse grupo também é fundamental para que eles saibam como ajudar a vítima de maneira eficaz”, coloca a educadora.

Juliana Benevento Tessaro, mãe da Giovana, do Infantil I A, já demonstra preocupação com esse tema desde cedo, e fez questão de comparecer à palestra. “Minha filha tem 5 anos e já percebo pequenas ações no dia a dia que acabam gerando dúvidas, e com essas informações do encontro ficou mais fácil identificar se alguma situação de conflito está ocorrendo”, conta a mãe. Katia Lacerda, mãe da Mariana do 5º ano E e da Milena, do 2º ano F, aprovou a iniciativa do Rio Branco e esclareceu várias dúvidas sobre o assunto. “Não tinha clareza sobre a diferença entre bullying e conflitos, principalmente o olhar positivo a respeito dos conflitos, diferenças entre sanção e punição. Foi muito bacana”.

Rosangela Pieroni, mãe da Maria Luiza, do 5º A, entende que a conversa aberta entre mãe e filha pode ser o caminho de uma relação mais sólida e acolhedora. “Vou procurar melhorar a maneira de conversar com ela, ouvir mais e incentivar as confidências. Afinal, o trabalho é uma via de mão dupla: nos apoiamos bastante nos professores, pois ela passa o dia inteiro na escola; mas em casa também temos que fazer nossa parte, perguntando sobre o que aconteceu durante esse período fora e tentando ajudar como podemos”, explica.

Carla Carrari, professora do 5º ano E, conta que a palestra reforçou alguns comportamentos já adotados por ela e outros colegas no ambiente escolar. “Estamos no caminho certo! E ainda conseguimos acrescentar outras questões para ficarmos mais atentas em sala de aula, foi muito válido”, diz a educadora.

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