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Historiadora questiona 3º EM sobre diferenças

No dia 8 de março, a aula de Sociologia dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Rio Branco foi um pouco diferente. Em vez de terem aulas com a professora Rita Barbosa, responsável pela disciplina no colégio, os estudantes receberam a Drª Eliane Moura da Silva, que já foi professora e coordenadora do programa de pós-graduação em História da Universidade Estadual de Campinas, para um bate-papo sobre diferenças. A professora ainda retornará ao colégio no dia 15 do mesmo mês para conversar com outra turma.

De forma a entrelaçar com o conteúdo visto pela turma em sala de aula, principalmente com o trabalho do filósofo Michel Foucault, a professora Eliane conversou a respeito da diversidade, gênero e inclusão social, questionando os estudantes sobre o que é ser diferente, qual o conceito de normal, o que é estereótipo e como os adolescentes vêem certas situações dentro da sociedade. “Costumo dizer que, na realidade, quem faz a diferença sou eu, a partir do momento em que olho para você. Meus padrões, minha maneira de ser, minha pintura, meu status social, nacionalidade; tudo isso determina a forma como eu olho e defino o outro como diferente ou igual a mim”, explica.

Nessa primeira visita, que coincidiu com o Dia Internacional da Mulher, a professora doutora aproveitou para refletir sobre a questão da mulher e sobre outras minorias no nosso país. “Quando institui-se o dia da mulher, do índio, da consciência negra, já estou mostrando que essas categorias não são tão lembradas na sociedade. Ainda é muito difícil ser mulher em um país onde o índice de feminicídio é um dos mais altos no mundo, no qual os salários ainda são diferenciados, onde as mulheres constituem um enorme contingente de mão-de-obra, mas ainda estão alocadas nos setores que ganham menos da população, em sua maioria. Portanto, o dia de hoje celebra uma inclusão ou só está relembrando as exclusões sociais?”, questiona a historiadora.

A historiadora se mostrou empolgada pela oportunidade de falar com jovens que, apesar de estarem no auge da adolescência, já ensaiam passos para a vida adulta e para as responsabilidades inerentes a essa fase. Segundo ela, quando não há a discussão sobre as diferenças, o caminho para a discriminação, exclusão, preconceito, homofobia, heterofobia, machismo, misoginia, entre outros é muito estreito, gerando violências simbólicas e físicas na sociedade. “Nessa idade, o jovem está muito aberto para refletir sobre essas questões. É interessante que eles pensem como se constroem as diferenças, entendam como elas acontecem e saibam fazer o discernimento do que é ético, cidadão, e o que exclui e humilha as pessoas. Esse assunto é uma questão de cidadania e direitos humanos”, pontua a educadora.

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