Pokémon Go, o mais recente fenômeno mundial dos aplicativos de celular, foi centro de um debate entre os alunos do Ensino Médio do Colégio Rio Branco Campinas. “Parte dos nossos alunos foi atingida por essa febre que adquiriu, praticamente, proporção global. Tendo em vista que a escola está inserida em um contexto social e não podemos escapar às mudanças constantes que o mundo nos apresenta na atualidade, trouxemos este jogo para o debate”, justifica a professora de Sociologia Rita Barbosa, que conduziu os estudos e discussões sobre o tema.
O projeto aconteceu durante o mês de agosto e foi dividido em duas etapas. Na primeira etapa, os alunos escolheram, livremente, se queriam fazer a defesa ou a crítica ao jogo. Partiram, na sequência, para a análise do Pokémon Go, experimentando o game na própria escola, com o objetivo de aprimorar os próprios sentidos e a observação por meio do desenvolvimento da atividade de estudo.
Já num segundo momento, em grupos, os alunos realizaram uma tempestade de ideias que foram expostas em sala de aula, utilizando argumentos favoráveis ou contrários ao jogo. “Nesta atividade coletiva, destacamos o diálogo, a integridade e a responsabilidade, alguns dos valores eleitos pelo Colégio Rio Branco como metas na formação dos nossos educandos”, diz Rita. Por fim, foram apresentados textos aos alunos para possibilitar a fundamentação teórica da discussão que estavam realizando. “Foi interessante pois alguns alunos mudaram de opinião, trouxeram conceitos novos sobre o jogo, acrescentando informações às suas concepções prévias sobre o tema”, afirma a professora.
Beatriz Marchi, aluna do 2º ano B, ficou com a delicada, segundo suas próprias palavras, missão de defender o uso do aplicativo. “A defesa acho que se complicou um pouco mais, devido aos altos números de acidentes e roubos por causa do aplicativo, causados pelo descuido dos jogadores”, conta a adolescente. Ela já conhecia o aplicativo e inclusive jogava antes da atividade ser proposta, mas atualmente sua postura com relação ao game é outra. “Hoje tomo mas cuidado com os lugares em que vou jogar, e a frequência de uso também diminuiu bastante”.
Rafael Bressler e Clara Motta de Souza Pinto, do 2º ano A, integraram o grupo que expunha ideias contra o aplicativo. “Todos conhecíamos o jogo, mas eu ainda não tinha jogado, por exemplo. Sempre achamos muita informação sobre o assunto porque ele estava em muita exposição na época do debate, com manifestações no Facebook, em sites, notícias sobre roubos, acidentes, pessoas que só jogavam o dia inteiro. Com os textos mais aprofundados, saímos do lugar comum, formulamos nossa opinião com embasamento, isso ajudou muito”, afirma Clara.
Rafael aprendeu com o exercício que é sempre necessário pesquisar sobre um tema antes de debatê-lo profundamente, para que as opiniões sejam melhor fundamentadas. E sobre o jogo, alerta. “Tudo o que é em excesso faz mal, e isso também vale para o Pokémon Go. Acredito que é possível sim curtir o aplicativo dentro dos limites”. Clara concorda com o amigo, e apoia os debates que o colégio propõem para as turmas “O Rio Branco proporciona muitos debates sobre vários temas e acho isso muito legal, temos que aprender a defender nossas ideias de maneira adequada e também aprender a ouvir outras opiniões, respeitar as pessoas durante esses momentos, e sempre procurar conhecer antes sobre o que está sendo falado para formularmos melhor nossos pensamentos”, conclui a aluna.