Em tempos nos quais um dos assuntos mais comentados na mídia e nas residências das famílias brasileiras é a declaração de imposto de renda, o professor de Matemática, Flávio Evaristo Ribeiro, encontrou uma maneira de trazer o conteúdo dos livros para esse contexto. Após introduzir a matemática financeira e estatística para seus alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Rio Branco, ele propôs um desafio às turmas: elaborar declarações de imposto de renda.
O trabalho durou cerca de vinte dias e aconteceu durante as próprias aulas de Matemática dos alunos. No primeiro momento, foram aprofundados conceitos como renda, o que é um profissional assalariado e autônomo, o motivo da retenção de um percentual de imposto por parte dos governos, o quanto é descontado por faixa salarial, qual o destino desse dinheiro, passando rapidamente por INSS e contribuição para aposentadoria.
Explicações feitas, o professor elaborou três situações fictícias de trabalhadores assalariados e autônomos, estipulando suas rendas e como elas eram divididas, para os alunos realizarem suas declarações de imposto de renda. “O interessante é que muitos levaram o trabalho e o discutiram com os pais em casa, a maioria entendeu perfeitamente como funciona a declaração e até palpitaram nos cálculos da própria família. As turmas se engajaram muito”, comenta Flávio.
Para auxiliar os estudantes, o docente também disponibilizou plantões para esclarecimento de dúvidas. Dentro dos próximos dias, as alunos apresentarão seus trabalhos, mas Flávio já garante que o resultado será animador. “É importante que eles saibam esses conceitos o quanto antes não só por isso já fazer parte da cultura do brasileiro, mas também para que eles interajam em casa com assuntos que são de interesse de toda a família”, revela.
As alunas do 1º ano C Leticia Garcia Pierina e Pâmela Galvez Barbosa tinham uma mera noção do que era o tal imposto de renda, mas nada muito aprofundado. “Eu sempre ouvi meus pais falando sobre o IRPF em casa e ficava perdida, não entendia nada. Ainda acho o processo todo um pouco difícil, mas depois das explicações do professor conseguimos acompanhar melhor o que está acontecendo”, afirma Leticia. “Comentei com meu pai sobre as aulas, ele adorou a iniciativa, inclusive trabalha um pouco com isso e me ajudou com alguns conceitos”, conta Pâmela.